Previsão é de chuva em 2018 e término do ciclo de seca

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Tribuna do Norte – Vai chover mais no próximo ano. E, segundo os meteorologistas, termina o ciclo de anos seguidos de seca severa para o semiárido do Nordeste. O prognóstico é de um inverno que varia de normal a acima da média, em 2018, abrindo uma possível sequência de nove a dez anos com baixa possibilidade de seca para esta região do país. O ciclo tem forte influência do fenômeno La Niña, que atuou também este ano, e caracterizou 2017 como um ano de “transição” entre o ciclo de estiagem iniciado em 2012, e o período de quase uma década que está por vir com índices satisfatórios de chuva.

Trata-se de uma previsão, com base em modelos meteorológicos obtidos a partir do cruzamento de diferentes informações. As condições são favoráveis, de acordo com o gerente de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), Gilmar Britot. À medida que se aproxima a quadra chuvosa — março, abril, maio e junho —, e as progressivas análises por parte dos serviços de meteorologia dos Estados, torna-se possível dizer com maior probabilidade como será o inverno de 2018, avaliam os especialistas. As chuvas devem ficar entre 20% a 30% acima da média para algumas regiões do RN.

O prognóstico da Emparn é ratificado por Luiz Carlos Baldicero Molion, meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que defende a tese do fim da sequência de anos com chuvas escassas e início de um período que vai até 2026 sem ocorrência de seca.

“La Niña é o principal fator que influência para os anos de 2018 e 2019. Mas a partir da análise de dados históricos, de comportamento dos parâmetros e de ocorrência de chuva, é que podemos prever a repetição dos ciclos. Se olharmos para esses dados, veremos que esse período de seca pelo qual passamos há pouco, também ocorreu outras épocas e tudo isso é cíclico. Não tem nada a ver com aquecimento global”, afirma Molion.

Para o serviço de meteorologia da Emparn, as condições meteorológicas, com as chuvas e o vento forte que estão ocorrendo em parte do Nordeste, indicam a permanência do fenômeno La Ninã até meados de 2018. Gilmar Bristot destaca que nas análises das imagens dos satélites meteorológicos, mostra que a partir da segunda quinzena de dezembro deste ano haverá condições para ocorrência de chuvas mais significativas na região Nordeste.

A ocorrência de chuva no Nordeste, no período de fevereiro a maio, depende de vários fatores, ressalta Bristot. Entre eles, as condições dos oceanos Pacífico e Atlântico e a Atividade Solar. “Hoje, analisando as condições atuais do Oceano Pacífico, a previsão é de ser favorável em 2018. No caso da atividade solar, a previsão é de diminuição, e à medida que há redução, aumenta a probabilidade de ocorrência de chuva na região. Uma situação semelhante ocorreu nos anos de 2008 e 2009, último período de mínimo da atividade solar”, disse.

A Emparn analisa as condições termodinâmicas do Oceano Atlântico, que tem uma área menor e ainda não é possível determinar como será o seu comportamento em 2018. Os meteorologistas afirmam que é impossível prever se haverá chuva em quantidade suficiente para encher os açudes e barragens, que após seis anos de seca encontram-se em estado considerado crítico, segundo o diretor-geral do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), Josivan Cardoso.

Os anos de 2015 e 2016, nesse ciclo iniciado em 2012, foram os mais severos em termos de estiagem. O ano de transição, 2017, foi melhor, mas insuficiente para recompor a maioria dos reservatórios no semiárido do Rio Grande do Norte. A estação chuvosa deste ano fez sangrar alguns pequenos açudes e formou pasto para os rebanhos, mas manteve o cenário de “seca verde” no interior.

Praticamente sem recarga, os reservatórios usados para abastecimento humano de algumas cidades chegaram à cota de “volume morto” e, até esta semana, a Caern contabiliza 16 cidades em colapso e outras 77 atendidas em sistema de rodízio.

Números

18 é o número de reservatórios com volume morto
14,29% da capacidade é o que resta de água da barragem Armando Ribeiro
16 é o número de cidades em colapso de abastecimento
77 é o número de cidades em sistema de rodízio no abastecimento

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1 comentário em “Previsão é de chuva em 2018 e término do ciclo de seca”

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