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Alta da Selic encarece crédito e freia consumo

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros básicos da economia brasileira em um ponto percentual, elevando a taxa Selic para 14,25% ao ano, o maior nível desde outubro de 2016, quando o índice também chegou a 14,25%. O economista Emanoel Márcio Nunes explica que a alta, a quinta consecutiva, provoca impactos no consumo, uma vez que a Selic é a taxa básica de juros, tida como referência no Brasil para todas as demais, a exemplo das que incidem sobre empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras (inclusive a poupança). O cenário preocupa, uma vez que o próprio Copom já anunciou a possibilidade de novas elevações.

Nunes, que é professor coordenador do Programa de Pós-graduação em Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), afirma que a Selic é o instrumento do Banco Central para frear o consumo e reduzir os níveis de inflação quando eles estão em alta, como ocorre agora. Isso porque quanto mais elevada a taxa, maior o impacto no preço de produtos e serviços. “Imagine que um empreendedor, para ampliar o próprio negócio, precisa fazer um financiamento no banco. Quando a Selic está em 0,9%, o preço do empréstimo é um, mas se a taxa aumenta para 14,25%, como está agora, a operação fica mais cara e limita, naturalmente, o acesso ao financiamento”, aponta o professor.

“Consequentemente, com a taxa em alta, a casa, o carro ou a geladeira, por exemplo, ficam mais caros para o financiamento. Por isso, ela é utilizada pelo governo para frear a inflação atual, que nós chamamos de inflação do consumo (quando a procura por bens e serviços é maior do que a oferta). O crédito mais caro gera um encadeamento, já que as pessoas vão ter uma restrição de renda e, automaticamente, vão consumir menos. Com o consumo menor, a inflação é controlada”, detalha o economista.

De acordo com Emanoel Márcio Nunes, a situação não deve melhorar nos próximos meses, com o índice podendo chegar a 15%. O Copom já adiantou que poderá haver novas elevações. A próxima reunião do Banco Central para tratar do tema será em maio. As razões para uma provável nova elevação, segundo Nunes, são a inflação e os gastos do governo. “O Copom vive de expectativas, mas o governo não conseguiu explicar por que não vai parar de gastar. Então, o rentista, que empresta dinheiro ao Governo, não tem clareza de como esse dinheiro será gasto, e exige um remuneração (que vem da Selic) maior”, aponta o economista.

Ao mesmo tempo, analisa Nunes, há uma importante tendência do governo a gastar com programas sociais. “Por isso, existe uma projeção, entre especialistas, de uma nova alta, que pode chegar a 15%. Isso, sem falar da inflação dos alimentos, que continua alta”, avalia o professor. Ainda segundo ele, a combinação gasto público e inflação “é danosa” e faz com que o mercado fique em alerta e exija taxas de juros maiores.

Emanoel Márcio Nunes afirma, ainda, que não há como a população se proteger dos efeitos provocados pelo aumento da taxa. “Infelizmente, não há saída. Outro impacto é que, quanto maior a Selic, menor é o rendimento da poupança, uma vez que é dela que o Governo vai tirar para pagar mais caro aos rentistas. É uma realidade cruel, tendo em vista que os rendimentos da poupança já são muito baixos”, avalia.

Tribuna do Norte

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