Felipe Salustino
Repórter
O motorista de transporte por aplicativo Edilton Oliveira, de 24 anos, substituiu o consumo de carne vermelha por frango e deixou de ir ao shopping com as duas filhas no final de semana. A mudança de hábitos, no entanto, não se deu de maneira espontânea, já que, pelo menos aos domingos, ele mantinha a rotina de se reunir com os amigos para um churrasco ou levar as filhas para comer um sanduíche fora de casa. Porém os altos preços de itens alimentares básicos, dentre eles a carne, o café e o arroz, impactaram diretamente o orçamento de Edilton e da maioria dos brasileiros, que agora adotam novos comportamentos para tentar se ajustar a uma realidade de inflação em disparada.
O economista Thales Penha explica que, para analisar os efeitos da escalada de preços no bolso do consumidor, é preciso fazer uma estratificação, já que a população de menor renda sente mais os impactos. É esta parcela que vai alterar hábitos de consumo, inclusive, em outras áreas. “As pessoas mais carentes vão reduzir o consumo de lazer, trocar o ônibus pela bicicleta para ir ao trabalho e até mudar de aluguel, deixando um local mais caro por um mais em conta, já que não é possível parar de consumir os produtos básicos da alimentação”, diz.
É o que tem feito o motorista Edilberto Oliveira. “Tenho duas filhas, uma de seis e outra de dois anos. Em uma ida com elas e com minha esposa ao shopping para comer sanduíche, eu gastaria em torno de R$ 150, então, prefiro ficar em casa. Carne é outra coisa que praticamente não compro, só frango mesmo”, relata.
A assistente comercial Sayane Camila confessa que a opção para economizar tem sido uma só. “Busco sempre promoções, porque está tudo muito caro. O café, por exemplo, virou artigo de luxo”, ela fala.
E a situação não deve melhorar no curto prazo. Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que 2025 será um ano bastante desafiador para o controle da inflação dos alimentos. Na avaliação de Thales Penha, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), medidas, de fato, mais eficazes, levam tempo para surtir efeito. “É preciso uma série de políticas estruturantes, no sentido de melhorar a capacidade de infraestrutura e de custos ao produtor em relação à importação e também à fabricação de insumos”, comenta o professor.
Para William Figueiredo, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN), a alta no preço dos alimentos deverá acompanhar a inflação como um todo, o que fará de 2025 um ano bastante complicado. “As projeções apontam que a inflação deve ficar acima do teto novamente e maior do que a de 2024. Além disso, temos aumento de juros e um câmbio bastante elevado”, prevê o economista.
Conforme divulgado na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), as expectativas do Banco Central são de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegará a 5,2%. No ano passado, o índice fechou em 4,83%.
O economista Thales Penha explica que, para analisar os efeitos da escalada de preços no bolso do consumidor, é preciso fazer uma estratificação, já que a população de menor renda sente mais os impactos. É esta parcela que vai alterar hábitos de consumo, inclusive, em outras áreas. “As pessoas mais carentes vão reduzir o consumo de lazer, trocar o ônibus pela bicicleta para ir ao trabalho e até mudar de aluguel, deixando um local mais caro por um mais em conta, já que não é possível parar de consumir os produtos básicos da alimentação”, diz.
É o que tem feito o motorista Edilberto Oliveira. “Tenho duas filhas, uma de seis e outra de dois anos. Em uma ida com elas e com minha esposa ao shopping para comer sanduíche, eu gastaria em torno de R$ 150, então, prefiro ficar em casa. Carne é outra coisa que praticamente não compro, só frango mesmo”, relata.
A assistente comercial Sayane Camila confessa que a opção para economizar tem sido uma só. “Busco sempre promoções, porque está tudo muito caro. O café, por exemplo, virou artigo de luxo”, ela fala.
E a situação não deve melhorar no curto prazo. Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que 2025 será um ano bastante desafiador para o controle da inflação dos alimentos. Na avaliação de Thales Penha, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), medidas, de fato, mais eficazes, levam tempo para surtir efeito. “É preciso uma série de políticas estruturantes, no sentido de melhorar a capacidade de infraestrutura e de custos ao produtor em relação à importação e também à fabricação de insumos”, comenta o professor.
Para William Figueiredo, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomércio RN), a alta no preço dos alimentos deverá acompanhar a inflação como um todo, o que fará de 2025 um ano bastante complicado. “As projeções apontam que a inflação deve ficar acima do teto novamente e maior do que a de 2024. Além disso, temos aumento de juros e um câmbio bastante elevado”, prevê o economista.
Conforme divulgado na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), as expectativas do Banco Central são de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegará a 5,2%. No ano passado, o índice fechou em 4,83%.
Tribuna do Norte