O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Coronel Francisco Araújo, afirmou que a sensação de insegurança da população potiguar é influenciada por informações distorcidas divulgadas nas redes sociais. Em entrevista, ele comparou a situação do estado com a de Israel: “As pessoas dizem que é muito inseguro, porque tem isso, porque tem a guerra. Mas quem já foi lá e estudou, fez um curso, sabe que é um lugar de paz, de tranquilidade, uma sensação de segurança. Mas qualquer movimento diferente torna inseguro”.
O secretário citou um episódio recente para exemplificar o impacto das redes sociais na percepção de segurança. No sábado 29, um grupo de pessoas que se identificavam como torcedores, mas que ele classificou como “vândalos e criminosos”, atacou um ônibus em Natal, antes do clássico entre ABC e América. Três suspeitos foram presos, um deles com um artefato explosivo.
“Ainda tem pessoas que dizem assim: ‘Como é que pode? A cidade menos violenta do Nordeste, está aí a mentira, a propaganda, isso não existe’. Isso aumenta essa sensação de insegurança”, afirmou.
Apesar de o caso ter ocorrido em um ponto específico da cidade, informações falsas circularam em grupos. “Um empresário me ligou dizendo que em vários pontos de Natal estavam destruindo ônibus”, relatou.
Para Araújo, a propagação de mensagens alarmistas sem verificação dos fatos leva ao pânico. “Formadores de opinião e autoridades ficam mandando mensagens que causam pânico. As pessoas se perguntam se aquilo é verdade, se procede”, afirmou. Ele comparou a situação com a percepção de segurança em Israel, país que, apesar dos conflitos, oferece tranquilidade no dia a dia de sua população. “Mas qualquer movimento diferente torna inseguro”, acrescentou.
Os dados apontam para uma redução da criminalidade no estado. O Rio Grande do Norte foi um dos primeiros estados do Brasil a aderir ao sistema de rastreamento e recuperação de celulares roubados, do Ministério da Justiça. “No mês de janeiro e fevereiro, tivemos uma redução média de 20% nos furtos e roubos de celulares”, revelou. Em Caicó, 40 aparelhos recuperados foram devolvidos aos donos.
O secretário reforçou que a colaboração da população é fundamental. Segundo ele, é comum que cidadãos filmem crimes em andamento, mas não denunciem à polícia. “O cidadão se preocupa em filmar e dizer ‘olha a insegurança’, mas não liga para o 190”, afirmou.
Fonte: Agora RN