As melhores rádios: FM 102.7 FM 95.9 FM 90.9 AM 1470

Sistema Rural de Comunicação

Rádios
do Grupo

Especialistas alertam para risco de leptospirose em período chuvoso

As chuvas que chegaram a 200 mm entre as 7h do dia 13 de março e as 7h da última segunda-feira (17) em Natal trouxeram, além dos alagamentos, o risco aumentado de doenças infecciosas, entre elas a leptospirose. Transmitida pela bactéria Leptospira, a doença tem como principal vetor os ratos urbanos, que eliminam o agente infeccioso pela urina. O contato com a água contaminada, comum em enchentes, pode levar à infecção, em que a taxa de letalidade pode chegar a 40% nos casos mais graves, segundo dados do Ministério da Saúde.

De acordo com André Prudente, médico infectologista, a leptospirose pode ser adquirida quando a bactéria presente na urina do rato entra em contato com a pele, mesmo sem nenhum corte. “Os ratos são os principais reservatórios da bactéria. Eles não adoecem, mas eliminam a Leptospira a vida toda pela urina. Se essa urina entra em contato com a pele, a infecção pode ocorrer, principalmente em áreas urbanas após enchentes”, explica. O especialista destaca que a bactéria sobrevive no solo úmido por dias ou até semanas, o que mantém o risco de infecção mesmo após a água da enchente escoar.

A leptospirose tem um período de incubação que varia de 1 a 30 dias, sendo mais comum entre 7 e 14 dias após a exposição. Os primeiros sintomas podem ser confundidos com os da dengue, como febre, dores no corpo, náuseas, vômitos e dor de cabeça. Nos casos graves, a doença pode evoluir para a síndrome de Weil, caracterizada por insuficiência renal, icterícia (olhos amarelados) e hemorragia pulmonar.

“Os sintomas iniciais podem parecer um quadro gripal, mas, se houver contato recente com áreas alagadas, a suspeita deve ser considerada. A principal complicação é a hemorragia pulmonar, que diferencia a leptospirose da dengue”, alerta André Prudente. “Felizmente, no Rio Grande do Norte, não temos registrado grandes epidemias de leptospirose, mas o risco sempre existe”, afirma o infectologista.

A principal recomendação para prevenir a infecção é evitar o contato com a água de enchentes e áreas alagadas. Em situações inevitáveis, como em resgates ou deslocamentos emergenciais, o uso de botas e luvas impermeáveis pode reduzir o risco. Além disso, existe a recomendação de cuidado na garantia de água potável, devido ao risco comum de quebra na canalização após enchentes.

O diagnóstico da leptospirose pode ser feito por exames laboratoriais que identificam a presença da bactéria no sangue. Para os casos leves, o tratamento é ambulatorial e feito com antibióticos. Já nos casos graves, é necessária hospitalização e, em algumas situações, hemodiálise. A prevenção também inclui o controle populacional de roedores e a adoção de medidas sanitárias. O acondicionamento correto do lixo, a vedação adequada de caixas d’água e a limpeza de locais contaminados com solução de hipoclorito de sódio são ações recomendadas.

Tribuna do Norte

Compartilhe nas rede sociais

Mais notícias

ABRAPE pede transparência nos dados da Receita Federal e cumprimento das formalidades do PERSE

Indústria cai 0,1% em fevereiro e soma 5 meses sem crescimento

Estudantes nascidos em maio e junho recebem 1ª parcela do Pé-de-Meia

Brasil recupera 25 fósseis de insetos que seriam vendidos no exterior

Taxa de Bombeiros deve arrecadar R$ 35 milhões no RN em 2025; entenda mais sobre

Olá, como podemos te ajudar?