Se Donald Trump for reeleito nesta eleição de hoje, ele será mais forte do que no primeiro mandato por vários motivos.
Primeiro, porque a Suprema Corte hoje tem maioria conservadora, graças aos indicados dele do primeiro mandato.
Segundo, porque ele terá ficado impune do ataque a um primado da Constituição americana: a inviolabilidade das sedes dos poderes. Ele mandou em praça pública, em evento público, que a multidão dos seus apoiadores invadissem o Capitólio, e eles fizeram isso num dos momentos mais dramáticos da história recente americana, o 6 de janeiro de 2020. Ele não só saiu impune desse crime, como pode ser absolvido pelas urnas e portanto será um homem que respeitará menos quaisquer limites institucionais.
Terceiro, porque ele já disse, e deve ser levado à sério, que não respeitará o resultado eleitoral, e se em 2020 isso era pior porque ele estava na Casa Branca, agora ele já tem dito que se arrependeu de ter saído da sede do poder. Portanto há o perigo imediato de não reconhecimento do resultado eleitoral se ele for adverso, como também se ele for eleito a democracia americana entra num terreno desconhecido.
O Globo