A reeleição de Dr. Judas Tadeu com a maior maioria já vista na história política de Caicó coloca o prefeito diante de um dos maiores desafios de sua carreira: concluir os quatro anos de mandato confiados por quase 27 mil eleitores ou aproveitar o capital político conquistado para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Esse dilema não é incomum entre líderes que alcançam vitórias expressivas, mas a decisão precisa ser cautelosamente ponderada.
Tadeu certamente sabe que, para vencer uma eleição estadual, precisará ir além dos limites de Caicó. Embora a cidade seja um importante reduto eleitoral, o médico e prefeito não poderia contar exclusivamente com o apoio local para garantir uma cadeira na Assembleia. No entanto, sua atuação como gestor da maior cidade do Seridó, aliada ao respeito conquistado por sua profissão, o coloca em uma posição privilegiada para buscar apoios em outros municípios da região.
O cenário pode se tornar ainda mais favorável se o deputado estadual Vivaldo Costa, uma das principais lideranças do Seridó, decidir realmente se aposentar da política. Nesse caso, Dr. Tadeu teria boas chances de herdar parte das bases eleitorais de Vivaldo, não apenas em Caicó, mas em outras cidades do Estado, onde o “Papa Jerimum” mantém uma forte presença política há décadas.
Entretanto, essa possível transição para o cenário estadual deve ser cuidadosamente calculada. A expectativa dos caicoenses que depositaram sua confiança em Tadeu é de que ele cumpra integralmente o mandato, entregando os projetos e melhorias prometidos para a cidade. Uma saída precoce poderia ser vista como uma quebra desse compromisso, o que geraria críticas e eventualmente afetaria seu desempenho futuro.
Por outro lado, se ele conseguir manter a popularidade ao longo dos próximos dois anos, entregando resultados significativos à população, a transição para uma candidatura estadual poderia ocorrer de maneira natural, com o apoio de Caicó e de boa parte do Seridó.
Marcos Dantas